500 pessoas caminham por justiça após morte de Trajano em Cabo Frio

Com faixas e balões pretos representando o luto, a caminhada tomou conta da Avenida Joaquim Nogueira na manhã desta quarta-feira (11), em Cabo Frio

O som dos apitos tomou conta da Avenida Joaquim Nogueira na manhã desta quarta-feira (11), em Cabo Frio. Mais de 500 pessoas participaram da caminhada pedindo justiça pelo assassinato do professor Trajano, morto na última quinta (5). Com faixas e balões pretos representando o luto, os manifestantes saíram da Apae Cabo Frio, São Cristóvão, em direção à Delegacia da cidade, na Teixeira e Souza. Pessoas de todas as idades, entre professores, pais e alunos da instituição, pediam o fim da violência na cidade.

Na porta da delegacia, os manifestantes, emocionados, cantaram o hino de Cabo Frio e distribuíram cartas de protesto. Em uma delas, Gregório Negreiros, aluno da Apae da cidade, declarou a dor da perda do professor tão querido.“Dói. Dói muito, pois ele era minha outra parte, a que andava, falava e fazia o que eu sentia vontade”, declarou o menino que sofre de paralisia.

Usando nariz de palhaço, os amigos e alunos de Trajano lembravam o Palhaço Pipoco, personagem criado pelo educador. “O nariz é uma homenagem ao Trajano. Uma pessoa tão especial, que trabalhou anos com a gente e lutava de verdade pela inclusão dos deficientes. Se importava com a necessidade do outro. Ele criou, aqui na instituição, a Oficina da Palhaçaria. Isso é para o Palhaço Pipoco, que vai fazer muita falta. As famílias de Cabo Frio precisam de uma resposta para este crime”, disse a presidente da Apae de Cabo Frio, Kelen Soares.

“Perdemos a nossa alegria”, lamentou a professora da Apae Laurinéia. A educadora criou a Palhaça Sapeca, personagem que acompanhava o Trajano. “Nós criamos os palhaços num dia das crianças, que não tinha ninguém que animasse a festa das crianças da Apae. Apartir daí o projeto cresceu e saiu dos muros da instituição. Começamos a visitar os hospitais, por exemplo. Eu perdi um irmão. Vais ser muito difícil, mas sabemos que temos que continuar por ele”, disse ela.

Apesar de ter o intuito de chamar a atenção das autoridades para a resolução da morte de Trajano, a manifestação não encontrou a delegada titular da 126ª DP (Cabo Frio), Flávia Romero de Barros, na delegacia. Flávia teve uma reunião no Rio de Janeiro, mas informou que a delegada adjunta receberia os manifestantes. 

Princípio de tumulto 

Já na delegacia, aconteceu um princípio de tumulto na manifestação. Um funcionário da 126ª DP tentou estacionar o carro, mas, com a grande quantidade de pessoas, ele não conseguiu e tentou forçar a entrada no estacionamento.

Fonte: RC24H

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